por Elizabeth Kendal, analista em liberdade religiosa
Somos constantemente lembrados que estamos vivendo os “últimos dias” – os dias entre a
ressurreição de Cristo e a sua volta. Sabemos que esses são os dias da Igreja, das missões e do Espírito Santo, bem como os dias de tribulação e dificuldades. Mas o que passa despercebido para muitos é que esses são os últimos dias de santificação da Igreja. Histórias de tribulação e perseguição
geralmente apresentam a Igreja como vítima e podem nos causar sofrimento. Histórias de missões
fortalecidas pelo Espírito Santo apresentam a Igreja como vitoriosa e nos encorajam a nos sentirmos
fortes, animados e esperançosos. Mas a santificação (o processo de tornar-se santo) invariavelmente e
nvolve verdades desagradáveis, confissões, arrependimento e humilhação, trabalho duro, dor e
mudança. Enquanto a santificação é algo que devemos desejar e ir atrás a qualquer preço,
tragicamente é algo para o que a Igreja orgulhosa e teimosa permanece resistente.
Mas Deus não está apenas construindo sua Igreja diante de uma vã, mas forte oposição
(Mateus 16.18). Ele também está santificando sua Igreja como preparação para as bodas do Cordeiro (Apocalipse 19.6-9). Enquanto a perseguição deve ser condenada e combatida como injustiça e p
ecado, ela é também o fogo refinador de Deus, pelo qual corpos impuros são refinados e moldados
em um só, como resposta à oração do Senhor de que devemos amar a Ele e uns aos outros com o
mesmo amor perfeito e unificador que define a Trindade (João 17.20-23). Além disso, enquanto
aqueles sem Deus permanecem com raiva e perecem no fogo das provas, os filhos de Deus olham
para ELE, e ao fazer isso, tornam-se dependentes dele, conhecem e confiam em seu trabalhar mais que
perfeito (Jó 36.5-15). O fogo refinador é onde a fé é testada e aperfeiçoada para nosso benefício e para
a glória de Deus Pai.
Se devemos ser uma nação santa (1 Pedro 1.13-2.12), separados das coisas do mundo e
consagrados apenas a Deus, então temos que fazer como a noiva é instruída a fazer: “Ouça, ó filha,
considere e incline os seus ouvidos: Esqueça o seu povo e a casa paterna. O rei foi cativado pela sua b
eleza; honre-o, pois ele é o seu senhor.” (Salmos 45.10-11). No entanto, nós nos agarramos ao
mundo, e nossa beleza é desfigurada pela impureza do mundanismo, idolatria e infidelidade. Aqueles
que pensam que isso não acontece estão enganando a si mesmos (1 João 1.8). Nós encontramos
dificuldades em renunciar ao mundo, mas Deus não nos deixa sofrer nas fraquezas. Não, o gracioso e
fiel artesão está trabalhando em nós durante todo o tempo, individualmente e como Igreja (local e
global). Em nenhum lugar isso é mais evidente do que em meio à perseguição e sofrimento.
Por isso, nós oramos não apenas por liberdade religiosa, justiça, livramento e paz para a Igreja
Perseguida, mas também por discernimento sobre o que Deus está fazendo na vida do seu povo para que
possamos “pegar carona” e participar ativamente, ao invés de orgulhosamente resistir a essa
maravilhosa santificação.
Deus está expurgando a idolatria, fundindo a unidade e remoendo as fontes das forças
mundanas das quais nós dependemos. Ele está aumentando nosso amor e nossa fé. Não devemos
nunca desanimar com a perda de poder político ou influência, vivendo com a esperança de que a
greja não foi feita para estar ali por força ou violência (Zacarias 4.6). Uma abundância de luzes
terrestres (leve poluição) faz com que as estrelas no céu pareçam turvas. Normalmente precisamos de
escuridão total ou uma viagem para um lugar distante para que a glória dos céus seja revelada. O
mesmo também é verdade para a defesa da liberdade religiosa e a Igreja Perseguida. Uma abundância
de poderes terrenos pode fazer com que nós esqueçamos ou sejamos negligentes com o grande
poder e o amor que estão nos céus. Um apagão no poder político ou uma viagem para a selva política
pode ser a maneira graciosa de Deus de chamar nossa atenção para Ele, e nos lembrar onde está o
verdadeiro poder. A oração não é uma forma menor de advogar, mas a maior. Por isso, vamos orar!
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